Aquele da adolescência.
Tudo era incipiente,
Desde o rosto,
Ao corpo,
À mente.
Um dia havia de ser adulta,
Para me libertar de peias,
Pensava, segura.
Agora, que sou crescida,
As peias são bem maiores.
E as angústias mais sentidas.
O futuro, esse é mais curto,
O presente não agrada
As dores são mais profundas
E a morte está mais perto.
Duns gostou muito,
Por outros apaixonou-se,
Com alguns apenas dormiu.
Mas todos são lembrados,
Como o sal que tempera
A pimenta que estimula
O ácido que corta
A doçura excessiva.
Quantos homens terá ela amado?
Muitos ou poucos,
Todos tiveram importância.
Mas amado, amado,
Dois? Três, talvez.
Que é a conta que Deus fez!
O que é que o espelho nos mostra?
O que somos hoje ou o que fomos ontem?
Nunca sei.
Porque a mulher que eu vejo
Não é a mulher que eu sou.
E a mulher que eu sou,
Nenhum espelho mostra.
O espelho inverte a imagem
Por isso aquela que ali está
É outra que, até não existe
Em mim.
Mas que os outros julgam ser eu.
Gosto de passear ao vento,
Recorda-me de quando te conheci.
Chovia e fazia frio, lembras-te?
Quantas juras fizemos,
Quantas promessas de amor.
Fomos felizes ou apenas eu fui feliz?
Ainda hoje não sei,
Ainda hoje gostava de saber,
Mas já ninguém me diz...