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quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Tempo meu

Há um tempo que passa
a correr
Outro que jamais vê rolar as folhas
do calendário
Dentro de mim ambos convivem
Num, sou velha, a correr
No outro, a eterna jovem
que espera
Contigo posso ser
simultaneamente uma e outra
Porque tu sabes quem
verdadeiramente sou.

Helena

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

A paz

Como juntar quem se digladia?
Como aproximar quem se afasta?
Como fazer do mundo algo melhor?

Não sei.
Apenas sei que o amor aproxima,
Que as divergências se atenuam
Que as pessoas se procuram
Se entre elas existir amor.

Amemo-nos pois
Confiemos no outro
Caminhemos em conjunto
E saudemos a paz!

HSC

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Um dia...

Ainda não tenho aquelas mãos cansadas
Um dia virei a ter
Ainda não tenho as veias azuis à mostra
Um dia virei a ter
Ainda não tenho a cabeça branca
Um dia virei a ter
Ainda não esqueci que te amo
Um dia virei a esquecer
A olhar para ti
Sem te reconhecer
Um dia tu e eu
Havemos de envelhecer
E morrer

Helena

sábado, 19 de janeiro de 2013

Chocolates

Estavam lá
Na montra
Ao meu alcance.
Brancos, castanhos, pretos.
Naturais
Ou de mistura.
Os chocolates
Como nós
As pessoas
Estão na montra,
Ao nosso alcance.

Helena

Tempos difíceis

Era um tempo difícil,
Aquele da adolescência.
Tudo era incipiente,
Desde o rosto,
Ao corpo,
À mente.

Um dia havia de ser adulta,
Para me libertar de peias,
Pensava, segura.
Agora, que sou crescida,
As peias são bem maiores.
E as angústias mais sentidas.

O futuro, esse é mais curto,
O presente não agrada
As dores são mais profundas
E a morte está mais perto.

Helena



As contas de Deus

Quantos homens terá ela amado?
É difícil saber
Duns gostou muito,
Por outros apaixonou-se,
Com alguns apenas dormiu.
Mas todos são lembrados,
Como o sal que tempera
A pimenta que estimula
O ácido que corta
A doçura excessiva.
Quantos homens terá ela amado?
Muitos ou poucos,
Todos tiveram importância.
Mas amado, amado,
Dois? Três, talvez.
Que é a conta que Deus fez!

Helena


Amor ferido

No teu corpo me anichei
Quando a ti me entreguei
E menina mulher me fiz.
Nesse corpo de petiz

Quantas noites de amor
Quantos beijos te dei
Quanto desejo saciei.

Mas, um dia veio a dor,
Pequena, mesquinha.
Sem valor.
Que me fez esquecer
O teu amor

Que me impediu de perdoar
O deslize.
Para só lembrar
A raiva, o orgulho,
O amor ferido
De quem se arroga, afinal
O direito de possuir
E de não partilhar.

Helena