Um mês são trinta dias
E são setecentas e vinte horas.
Tiras as que dormes,
Restam cerca de quinhentas.
São ainda muitas horas,
De dor e lágrimas secas,
De angústia e de vazio
De lembranças saudosas.
Um mês são trinta dias,
À espera de coisa nenhuma.
Mas são horas que passaram
Sobre uma morte bem dura.
E minutos, quantos são,
A passar tão devagar?
São muitos, são milhares
Com vontade de chorar.
quinta-feira, 24 de maio de 2012
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Querida Helena:
ResponderEliminarHoje também me lembrei desses trinta dias que passaram. E por isso, tomo a liberdade de partilhar consigo o que escrevi no meu blog. Deixo-lhe um enorme beijinho, de afecto e admiração.
Isabel Mouzinho
Quinta
Quinta-feira, 24 de Maio de 2012Miguel Portas
Já foi há um mês. O Miguel "morreu indecentemente cedo", como disse Daniel Oliveira. "Mas teve uma vida cheia. E encheu a dos outros."
Nunca partilhei as ideias do Miguel, mas admirei sempre a sua inteligência e a sua educação, a sua capacidade de lutar por aquilo em que acreditava, a sua vontade de querer fazer mais e melhor, de querer mudar o mundo e de nunca desistir dos seus sonhos e convicções, a sua força e generosidade e, sobretudo, aquele imensa ternura que lhe transbordava dos olhos e que tocou o país e o mundo.
O Miguel era uma pessoa de quem era impossível não gostar, sobretudo porque, como alguém disse, tinha "uma forma doce de ser."
Terá
Terá sido isso, provavelmente, que fez com que o seu desaparecimento prematuro e quase inesperado nos tocasse tanto.
ResponderEliminarInesquecível, o seu exemplo, como inesquecível também a justa e bonita cerimónia do S. Luís e, de forma muito particular, o testemunho, digno e emotivo, do irmão, Paulo. Assisti pela internet e chorei. Chorámos todos juntos. Aquela ligação, tão fortemente fraternal, é comovente e exemplar. Foi lindo ver como pode ser grande e bonito um amor assim. E o amor sobrepõe-se a tudo; até à morte...
Na vida, neste país, neste momento, esta(s) pessoa(s) faz(em) muita falta!
Obrigada, minha amiga!
ResponderEliminarQueridissima Helena!
ResponderEliminarAqui em casa todos choramos com tudo o que aconteceu. Foi tudo taoo rapido, tao depressa... Foi como se conhecesse o Miguel ha anos, e no fundo nunca troquei uma palavra com ele.
Tocou nos profundamente.. Nao conheci o Miguel pessoalmente mas tenho a certeza que era uma pessoa adoravel tal como a Helena, apesar de nao defender as suas convicçoes... estar mais de acordo com as defendidas pelo seu irmao Paulo.
Aqui vai um forte e grande abraço para si,
Bem haja, Mariana!
ResponderEliminarQuerida Helena:
ResponderEliminarNão consigo sequer, fazer ideia, da sua dor. Chorei por seu filho e por si.
Tudo o que lhe possa dizer, é pouco.
Não sei se haverá bálsamo para tamanha dor.
Abraço-a, contra este coração de mãe, que não consegue sequer, avaliar a dor, que sente.
Maria
São horas de dor...
ResponderEliminarToda a vida passa
no mesmo ritmo compassado,
como em dias de procissão.
Choramos quando chegamos
e os que nos querem bem
choram quando temos de ir.
Toda a vida é choro:
do princípio ao fim,
do alfa ao ómega.
Mas o destino da
derradeira partida
é um lugar de paz e alegria
por isso, levemos a morte
como passamos a vida:
a tentar rir no espaço
entre um choro e outro.
Mas as lágrimas,
não terão nunca de ser
secas... nem insossas!
Quando as lágrimas secas
quiserem invadir o rosto,
olhemos o mar e
deixe-mo-las correr.
Também as ondas do mar
são molhadas e salgadas
e não perdem o encanto.
Querida Dr.ª Helena, este texto já vai um pouquinho atrasado... mas espero que seja nem sei bem o quê: Conforto? Não dão. Esperança? Também não. Aconchego? Talvez, espero que sim.
Que lhe levem o calor possível, que lhe atenuem a angústia e preencham um vazio insubstituível. Que estas palavras lhe mostrem, claramente, que há muitas pessoas que gostam de si e que a acompanharão em todas as horas restantes. Estarei sempre por cá... às vezes é mais fácil explicar o que sentimos a quem está do outro lado da "rede", talvez por não sentirmos a necessidade de ser pilar do interlocutor. Comigo, sua fã, pode sempre que quiser "dar-se ao luxo de estar triste", como li há dias numa entrevista sua à revista Caras e onde frisava isso mesmo: a necessidade que sente de ser o pilar mais robusto. Bem sei, que a juventude pode ser limitante mas, modéstia à parte, sempre fui uma boa ouvinte... Quando quiser, se quiser, estarei aqui para a ouvir e para lhe dar um abraço virtual que, por vezes, tanto aconchego trazem.
Até sempre,
Um beijonho e um abraço pequenino,
para ser mais apertadinho.
Vânia Edite Batista
Ah, Helena, eu sequer lhe conheço, a não ser aqui do(s) blog (s). Sempre admirei sua cultura e sua maestria para tratar dos assuntos mais diversos.
ResponderEliminarSó hoje me sinto com forças para lhe dar um forte e carinhoso abraço.
Eu acho que eu já sei o quanto doi, minha cara Helena...
Noventa e um dias depois
ResponderEliminarTrês meses...
cerca de mil e quintas
horas de saudade!
E tanta que nos invade
mesmo dormindo!
Por aqui, por acolá,
esse não sei quê
estranho e austero,
esse vazio
sempre permanente.
Restarão, apenas, lembranças
ou a essência
permanecerá connosco
sem que disso nos apercebamos?
Noventa e um dias depois
talvez já o nevoeiro
não seja tão cerrado
e já não espere em vão...
Se dizem que o tempo cura tudo
porque não cura
esta ferida no coração?
Minutos?
Já lá vão
cento e trinta e um mil e quarenta
(mais coisa menos coisa)
Mas de que vale olhar para trás?
O caminho faz-se caminhando
e não vamos sós...
Como diria o meu querido Principezinho,
"Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós."
Querida doutora Helena,
Foi já durante estes 90 dias que tive a honra de a conhecer. E, mesmo ferida por dentro (como acredito que estivesse) ainda teve força para trazer um brilho especial àquela tarde chuvosa da Feira do Livro do Porto" não podia, por isso deixar de lhe dar um abraço bem apertadinho hoje.
Força, Coragem e (falo por mim) pode continuar a contar com os seus leitores...
Se algum dia for necessário aqui fica o meu e-mail: vania.batista@live.com.pt
PS: Desculpe mas esqueci-me de assinar
EliminarUm abraço,
Vânia Batista
Ups... acho que fui longe de mais...
ResponderEliminarEvidenetemente estarei por cá sempre que precisar mas acho que fui demasiado instrusiva no último parágrafo do comentário anterior.
Desculpe, não quis de modo algum ir mais longe do que devo.
Dona Helena
ResponderEliminarA nossa sorte é que os trinta dias estão passando tao depressa quanto nosos coraçao.
Não há muito tempo para pensar!
com amizade Monica
Estimada, Helena
ResponderEliminarEu vim foi lhe deixar este convite
Passei por aqui, para lê o seu blogue.
Admirável. Harmonioso. Eu também estou montando um. Não tem as Cores e as Nuances do Vosso. Mas, confesso que é uma página, assim, meia que eclética. Hum... bem simples, quase Simplória. E outra vez lhe afirmo. Uma página autentica e independente. Estou lhe convidando a Visitar-me, e se possível Seguirmos juntos por Eles. Certamente estarei lá esperando por você, com o meu chapeuzinho em mãos ou na cabeça.
Insisto que vá Visitar-me, afinal, o que vale são os elos dos sorrisos.
www.josemariacosta.com