Amo os meus mortos
Quase tanto como os vivos.
Os primeiros dão-me paz
Os segundos, vigor e alento.
No Natal estou com todos.
Por uns rezo,
Aos outros, alimento.
A vida faz-se com ambos,
Até que a morte nos leve
E nos junte aos que já foram.
Para com eles cuidar
Da vida dos que aqui ficam,
A lembrar os que partiram!
Helena
domingo, 27 de dezembro de 2009
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
Reconhecer
Quantos anos terão passado
Desde que nos conhecemos?
Não sei. Não me lembro
Senão que toda a vida te conheci.
Corríamos pelo quintal, à apanha
De limões, laranjas e peras.
Riamos e choravamos,
Zangavamo-nos e faziamos as pazes.
Tantas e tantas vezes.
Vi-te ontem,
Mas tu não me reconheceste.
És rica. Casaste.
Eu trabalho. E divorciei-me.
Afinal,
Nascemos iguais
Mas crescemos diferentes.
Por isso, não me reconheceste...
Helena
Desde que nos conhecemos?
Não sei. Não me lembro
Senão que toda a vida te conheci.
Corríamos pelo quintal, à apanha
De limões, laranjas e peras.
Riamos e choravamos,
Zangavamo-nos e faziamos as pazes.
Tantas e tantas vezes.
Vi-te ontem,
Mas tu não me reconheceste.
És rica. Casaste.
Eu trabalho. E divorciei-me.
Afinal,
Nascemos iguais
Mas crescemos diferentes.
Por isso, não me reconheceste...
Helena
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
Não sei
Não sei se prefiro
O antes ou o depois
Das coisas boas.
Antes, anseio, imagino.
Depois, recordo, revivo.
Do momento, não sei,
Não realizo, sequer,
O que me acontece.
Limito-me a sentir
Aquilo que me apetece.
Helena
O antes ou o depois
Das coisas boas.
Antes, anseio, imagino.
Depois, recordo, revivo.
Do momento, não sei,
Não realizo, sequer,
O que me acontece.
Limito-me a sentir
Aquilo que me apetece.
Helena
domingo, 15 de novembro de 2009
À chuva...
Gosto de ver chover,
Mas sem vento.
Chuva miudinha,
Para andar ao relento
A passear,
E a dançar.
Como no filme,
Como se fosse menina.
Com um chapéu,
Para não me molhar
E cantar,
A dançar!
Helena
Mas sem vento.
Chuva miudinha,
Para andar ao relento
A passear,
E a dançar.
Como no filme,
Como se fosse menina.
Com um chapéu,
Para não me molhar
E cantar,
A dançar!
Helena
sábado, 7 de novembro de 2009
Felizmente
Gosto de coisas simples
E de gente complicada,
Que pensa, que sofre,
Que luta, que fala!
Que não desiste de ser feliz,
Mesmo que ser infeliz,
Seja mais fácil!
Gosto de andar descalça
Mas gosto de gente calçada,
Educada, inteligente.
Gente boa, exigente.
Gente sã, gente que é gente,
Felizmente!
Helena
E de gente complicada,
Que pensa, que sofre,
Que luta, que fala!
Que não desiste de ser feliz,
Mesmo que ser infeliz,
Seja mais fácil!
Gosto de andar descalça
Mas gosto de gente calçada,
Educada, inteligente.
Gente boa, exigente.
Gente sã, gente que é gente,
Felizmente!
Helena
terça-feira, 3 de novembro de 2009
Outono
Já não há verde.
Só castanho amarelado.
As folhas vão caindo,
Os cabelos enbranquecendo,
A luz diminuindo,
A tristeza aumentando.
Dizem eles!
Eu gosto deste quadro,
Sem a tristeza, claro.
Assenta-me a rigor,
Aumenta a minha força,
Reforça o meu vigor,
Torna suaves os meus dias,
Pacifica a minha alma,
Dulcifica o meu olhar.
Apazigua o meu corpo
E prepara--me para ti,
Meu amor!
Helena
Só castanho amarelado.
As folhas vão caindo,
Os cabelos enbranquecendo,
A luz diminuindo,
A tristeza aumentando.
Dizem eles!
Eu gosto deste quadro,
Sem a tristeza, claro.
Assenta-me a rigor,
Aumenta a minha força,
Reforça o meu vigor,
Torna suaves os meus dias,
Pacifica a minha alma,
Dulcifica o meu olhar.
Apazigua o meu corpo
E prepara--me para ti,
Meu amor!
Helena
terça-feira, 27 de outubro de 2009
Nós!
É uma dor fina, discreta,
Uma lágrima fugidia,
Uma ânsia inexplicável,
Esta que sinto cá dentro.
Falta de ti, falta de mim,
Falta de nós,
Esquecidos um do outro,
E do tempo em que nos tinhamos.
Esse tempo que não volta,
Essa intimidade perdida,
Repartida por outros,
Que são um, ou mais,
Mas que nunca serão nós!
Helena
Uma lágrima fugidia,
Uma ânsia inexplicável,
Esta que sinto cá dentro.
Falta de ti, falta de mim,
Falta de nós,
Esquecidos um do outro,
E do tempo em que nos tinhamos.
Esse tempo que não volta,
Essa intimidade perdida,
Repartida por outros,
Que são um, ou mais,
Mas que nunca serão nós!
Helena
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
Para o André
Há coisas que não se explicam.
Apenas se sentem.
Desde o primeiro dia,
Em que te tive nos braços,
Eu soube que seria assim,
A nossa proximidade.
Que não é feita só de ternura,
Mas de muito mais do que isso.
É saber que nos entendemos
Nos gestos, nas palavras, nos silêncios.
E é ter a certeza
Que onde quer que estejamos,
Um de nós vai sempre procurar o outro.
Helena
Apenas se sentem.
Desde o primeiro dia,
Em que te tive nos braços,
Eu soube que seria assim,
A nossa proximidade.
Que não é feita só de ternura,
Mas de muito mais do que isso.
É saber que nos entendemos
Nos gestos, nas palavras, nos silêncios.
E é ter a certeza
Que onde quer que estejamos,
Um de nós vai sempre procurar o outro.
Helena
quinta-feira, 8 de outubro de 2009
Gostar
Gosto de gostar,
De namorar e muito mais.
Gosto de te acariciar,
Gosto de te beijar
Enfim, gosto de te ter
Em mim.
Gosto de gostar de ti
E gosto que gostes de mim.
Gosto do teu gosto,
Enfim!
Helena
De namorar e muito mais.
Gosto de te acariciar,
Gosto de te beijar
Enfim, gosto de te ter
Em mim.
Gosto de gostar de ti
E gosto que gostes de mim.
Gosto do teu gosto,
Enfim!
Helena
sexta-feira, 25 de setembro de 2009
Saber
segunda-feira, 31 de agosto de 2009
Envelhecer
quarta-feira, 12 de agosto de 2009
Ser ou ter
segunda-feira, 20 de julho de 2009
O abraço
domingo, 19 de julho de 2009
Despedida

Se não fosse aquele jantar.
Fui para lá contrariada
Porque tinha de trabalhar.
Ao olhar-te, embasbaquei,
Dei-te a mão sem pensar.
Foi o princípio duma história,
Daquelas de encantar.
Passaram muitos anos,
Em que andámos de mãos dadas,
A viver os nossos sonhos.
Um dia despediste-te,
Disseste que ias viajar.
Pelo olhar triste que tinhas,
Soube logo que partias
Para nunca mais voltar!
Helena
terça-feira, 7 de julho de 2009
Em pequena
sexta-feira, 3 de julho de 2009
Números


E do sete, tambem.
Não gosto do noventa e sete,
Mas gosto do setenta e nove.
Com os números é assim,
Têm de ser bem colocados.
Com as pessoas, outrossim .
Porque eu posso gostar de ti,
E tu não gostares de mim.
Mas haver quem goste de nós.
Helena
quinta-feira, 2 de julho de 2009
Lágrimas
quarta-feira, 1 de julho de 2009
Passos cruzados
terça-feira, 30 de junho de 2009
Pele escura

A tua pele
Era escura.
Podia ser negra
De África
Ou da Índia.
Mas o olho era azul
E o cabelo bem claro.
Donde eras tu,
Com esse aspecto tão raro?
Tinhas uma pele sedosa,
Dir-se-ia de mulher.
Eras de terra distante
Como distante era o teu ar
E a língua que falavas.
Só não sei porque me vens
Tanta vez
Ao pensamento.
Deve ser dessa estranha mistura,
Que em mim encontra alento
E me leva a divagar
Numa sadia loucura!
Helena
O telefonema
As tuas mãos

Não das minhas,
Mas das tuas.
Esguias e expressivas,
Não são bonitas sequer.
Mas falam
Mais do que a tua voz.
Umas vezes dão-me carinho,
Outras provocam-me,
Outras, ainda, castigam-me.
Hoje têm rugas e veias salientes
Que marcam a tua idade.
Mas quando olho para elas
És tu que eu vejo,
Antigamente.
Helena
domingo, 28 de junho de 2009
Anos depois
Mas não te vi.
A reunião começou.
E, de repente, ouvi a tua voz
Quente e discreta,
Mas que se impôs.
Tudo o que disseste,
Eu pensava.
Do lugar onde estava
Não te via
Mas sentia-te.
No fim, saiste primeiro.
Nunca mais te vi.
Os anos foram passando
E, surpresa, um dia,
Acabei por te encontrar aqui!
Helena
sexta-feira, 26 de junho de 2009
Paris

Caminhamos pela rua,
No Sena paramos
E ficamos a olhá-lo,
Ou a a olhar-nos,
Felizes,
Fugidos do mundo.
Na Coupole
Ficamos a ver
Quem passa.
No Louvre
Ficamos emocionados.
Em Notre Dame rezamos.
No fim do dia descansamos
E amanhã recomeçamos,
A tua mão na minha!
Helena
segunda-feira, 22 de junho de 2009
Um dia normal
Chocolate claro
quinta-feira, 18 de junho de 2009
domingo, 14 de junho de 2009
Nós e laços
sábado, 13 de junho de 2009
quarta-feira, 10 de junho de 2009
À Ana Maria

E também Maria.
Solteira ela,
Casada eu.
Morreu
Como viveu,
Transbordando alegria.
A sua mão na minha,
Solteira ela,
Divorciada eu.
terça-feira, 9 de junho de 2009
Brincadeiras
quinta-feira, 4 de junho de 2009
A minha Avó
quinta-feira, 28 de maio de 2009
Em Portugal
sexta-feira, 22 de maio de 2009
Era noite e estava frio...

Mas eu tinha o calor
Do teu corpo no meu corpo.
Era noite e estava frio,
Respiravas ofegante,
Nesse ritmo imparável
De quem dá e recebe.
Era noite e estava frio.
Tu partiste satisfeito.
E eu?
Eu só desejava
Ter de novo
Os teus lábios sobre os meus,
O teu corpo dentro de mim.
Era noite e estava frio
O meu corpo arrefecera,
À espera que voltasses
Num desespero sem fim.
Era noite e estava frio!
Helena
segunda-feira, 18 de maio de 2009
Lembranças
Fingir...
sexta-feira, 8 de maio de 2009
segunda-feira, 4 de maio de 2009
sexta-feira, 1 de maio de 2009
quarta-feira, 29 de abril de 2009
Sentir
domingo, 26 de abril de 2009
As faces de Eva
sábado, 25 de abril de 2009
Números
Dor
quarta-feira, 22 de abril de 2009
Receber
terça-feira, 21 de abril de 2009
Dar

Sei que amar é dar sem esperar receber.
Sei que o dom de mim é o mais que posso dar.
Sei o que, ao longo da vida, outros me deram.
Sei que nem sempre soube aceitar o que me deram.
Sei que foi por receber que aprendi a dar.
Sei que dar vale tanto como amar.
Sei que me dei.
Sei...
Helena
segunda-feira, 20 de abril de 2009
Saber
Sei muito poucas coisas. Mas aquelas que sei estão entranhadas em mim como uma impressão digital.
Sei alguma coisa de mim própria, mas não o suficiente.
Sei que nasci em Portugal e que amo o meu país.
Sei quem foram os meus pais e os meus avós.
Sei quem são os meus filhos e eles sabem quem eu sou.
Sei que sou economista e que gosto de o ser.
Sei que Deus existe, sem saber como sei.
Sei que gosto de música e não saberia viver sem ela.
Sei que os meus gostos são tão diversos que, por vezes, me pergunto se sei gostar.
Enfim sei que sei. E que saberei amanhã mais do que sei hoje.
Não será, já, saber demais?
Helena
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